Doutor de quatro patas

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Os vínculos entre os seres humanos e os animais domésticos remontam a milênios e, por isso mesmo, são poderosos. Nos últimos tempos, os pets passaram a ser tratados como parte das famílias. E, numa família, um membro cuida do outro. Quem tem animal de estimação certamente já notou que, quando não estamos bem de saúde, a tendência é que eles se tornem mais próximos e atenciosos, como se quisessem tomar conta de nós.

Não é novidade que bichos trazem alegria e contribuem para o bem-estar geral da família, mas seus benefícios vão muito além. Os pets podem ser importantes aliados contra a ansiedade, a depressão e o estresse. Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) descobriram que cães e gatos ajudam a reduzir a hipertensão arterial e a aumentar a sobrevida de pacientes que sofrem infarto. Eles também melhoram a imunidade de crianças e adultos, reduzindo incidência de alergias, dores de cabeça e resfriados. Esses benefícios independem da idade e os pesquisadores afirmam que o convício de bebês com animais aumentam significativamente os níveis de uma proteína fundamental para o sistema imunológico.

A companhia de cães e gatos é excelente para aliviar a solidão dos idosos. Com a idade, as pessoas se aposentam e os filhos vão morar longe, o que pode trazer uma sensação de abandono. Ter um animal de estimação ajuda as pessoas de mais idade a se manterem ativas, estabelecerem conexões e a se sentirem úteis. A vitalidade e o aumento da autoestima são fundamentais para a qualidade de vida.

Um estudo da Universidade da Califórnia concluiu que os bichinhos trazem benefícios para idosos com Alzheimer ou demência. Eles ajudam a gerenciar o estresse, melhoram o humor, diminuem a agressividade e aumentam a socialização. Os cães-guias também podem ser úteis para os pacientes que têm o hábito de sair de casa sem informar ninguém.

A maioria das crianças adora animais. Dessa forma, permitir que o seu filho tenha um gato ou cachorro pode ser uma excelente forma de ele desenvolver o senso de responsabilidade, compaixão e empatia. Os bichinhos aumentam a sensação de segurança e podem ajudar os pequenos a lidarem com a ansiedade de separação quando os pais não estão por porte. Os pets também são capazes de acalmar crianças agressivas ou hiperativas. As brincadeiras com cães e gatos estimulam a imaginação e a curiosidade, o que pode trazer inúmeros benefícios para pacientes com Síndrome de Down, autismo ou outros distúrbios de aprendizagem, pois eles costumam ter dificuldades no convívio social.

De acordo com Associação Brasileira de Hipoterapia e Pet Terapia (Abrahipe), o contato com os animais ajuda a diminuir a alienação e o isolamento. Além disso, a melhora coordenação motora é significativa. O convívio com os animais é tão promissor que alguns hospitais ao redor do mundo já permitem a entrada deles para visitar os pacientes internados. Diversas associações desenvolvem ações com cães e gatos em clínicas e casas de repouso, por exemplo. As chamadas Terapias Assistidas por Animais (TAAs) surgiram em 1792, na Inglaterra. O objetivo é que os bichinhos contribuam para a cura ou melhoria dos quadros de saúde dos doentes.

Cães e gatos podem, inclusive, ser treinados para o trabalho de terapeutas. Para isso, é fundamental que eles sejam tranquilos, dóceis e amistosos. Eles também precisam ter qualidade de vida e boa saúde. Os animais também se beneficiam do convívio com os humanos e se sentem recompensados quando percebem que estão agradando o tutor.

Acariciar um animalzinho faz com que você se sinta imediatamente mais calmo e relaxado. O amor e o carinho que eles proporcionam trazem benefícios para todas as pessoas, independentemente da idade ou de ela necessitar ou não de cuidados especiais. Os bichos são uma fonte inesgotável de amor, carinho e companheirismo. Se existe uma alegria que o dinheiro não compra é ser saudado com o abanar de rabo de um cachorro ou o ronronar de um gato.

 

Fonte: Revista Ofertão