Trabalho: sacrifício ou realização?

Conhecer a si mesmo, saber seus fatores individuais de caráter e pensá-los em conjunto com o ambiente da empresa podem ser pontos importantes para viver o trabalho como realização pessoal.

Quantas vezes saímos de casa para ir ao trabalho com a sensação de fadiga e queixas de estresse? Além de prejudicar a saúde, esses sentimentos aumentam a desconfiança a respeito da profissão que escolhemos, já que podem ser causados por fatores como excesso de tarefas, medo da demissão, percepção de não conseguir alcançar os objetivos estabelecidos e desequilíbrio entre o desempenho exigido e a crença de não possuir as capacidades necessárias.

Com o passar dos anos, a distância entre as expectativas profissionais e as limitações pessoais pode ficar cada vez maior em nossa cabeça e, assim, criar um profundo mal-estar. Para melhor compreendermos todos esses sentimentos, vou contextualizar com uma explicação para a origem do trabalho. Por muito tempo, os gregos e os romanos, por exemplo, consideravam-no uma obrigação servil. Apenas a partir de 1700 o trabalho começou a se tornar uma atividade cada vez mais difundida entre todas as classes sociais e, gradualmente, uma mudança ocorreu na representação desse conceito. Desse modo, começaram a enxergá-lo como uma atividade digna, orientada a atingir objetivos e realizações.

Todo esse cenário está relacionado à origem etimológica da palavra “trabalho”. No latim, “tripalium” denominada um instrumento de tortura e “labor” (lavoro, em português) significa esforço, dor e pena. Ou seja, ambos têm como raiz uma conotação emocional amarga e que restringe a liberdade individual.

Felizmente, a concepção contemporânea de trabalho orientou-se em direção a ideias opostas, que apresentam o trabalho como algo de direito do ser humano, um espaço para a valorização dos talentos e capacidades individuais. Entretanto, em alguns momentos de nossa vida, pode parecer que o trabalho lembre mais o significado da antiguidade e esteja mais relacionado à punição do que à realização.

O importante, nessa questão, é saber equilibrar as “identidades” profissional e pessoal. Conhecer a si mesmo, saber seus fatores individuais de caráter e pensá-los em conjunto com o ambiente da empresa, com o conteúdo profissional e com a equipe podem ser pontos importantes de reflexão e satisfação pessoal.

Fonte: Revista Drogarias Ofertão