Música é vida!

 

A musicoterapia ajuda no controle das emoções, reduz o estresse e estimula pacientes com doenças degenerativas.

Ouvir música é sempre um momento de prazer e desconcentração. As pessoas se desconectam do mundo e entram em uma “vibe” que traduz a batida perfeita de um sentimento ou fase da vida.

No entanto, os superpoderes da música vão muito além. Eles ultrapassam a barreira da imaginação, saudade, amor ou alegria e entram em um território muito mais palpável e real. Com fins terapêuticos, a música tem sido utilizada por profissionais da saúde para combater diversos tipos de adversidades.

O método trabalha em prol da liberação de dopamina, que eleva a sensação de prazer e bem-estar. “A musicoterapia é uma ciência teórica e prática que utiliza a música e seus elementos (som, ritmo, melodia e harmonia) para atingir propósitos terapêuticos. Os objetivos podem ser físicos, emocionais ou sociais, podendo englobar reabilitação motora, cognitiva, estimulação precoce, autoconhecimento, entre outros aspectos do desenvolvimento humano, que visam à saúde e qualidade de vida”, explica a musicoterapeuta Marina Freire.

Para todas as idades

Qualquer paciente pode ser atendido pela técnica da musicoterapia. Não existe nenhum tipo de restrição para a indicação do método. “Para receber o tratamento não é preciso ter necessidades especiais, nem conhecimentos musicais prévios. A abordagem musicoterapêutica é recomendada na prevenção, no tratamento ou nos cuidados paliativos”, afirma Marina.

De acordo com a profissional, no processo existem quatro tipos de experiências pelas quais o musicoterapeuta pode levar o paciente, que são: audição, recriação, improvisação e composição. Isso vai depender de cada caso.

É importante salientar que a música enquanto método terapêutico precisa de acompanhamento de um profissional habilitado. A especialista explica que se a sessão for feita em casa ou sem as devidas precauções, dependendo do estilo de música e problema do paciente, o som pode ter efeito reverso e causar transtornos maiores.

Nas ondas sonoras

A musicoterapia pode ser aplicada individualmente ou em grupo, dependendo da finalidade do tratamento. Segundo Marina, os encontros em grupos são mais comuns para atender o objetivo de promover a interação e a comunicação social, como em centros de convivência, comunidades e departamentos de saúde mental. O procedimento também é utilizado com fins organizacionais, direcionados às empresas. “Os tratamentos individuais são empregados para reabilitação de pacientes hospitalizados, com traumas neurológicos, em conta, em estado vegetativo ou para cuidados paliativos e estimulação precoce de crianças com atrasos no desenvolvimento”, conta.

Em estado de graça

A terapia da música é benéfica para as gestantes e a partir da 21ª semana de gestação ela se torna uma excelente ferramenta de saúde e integração também para os bebês. “O feto pode se beneficiar da musicoterapia dentro da barriga da mãe, por meio da audição (primeiro sentido a ser desenvolvido, ainda no útero) e da vibração sonora, recebendo melodias que podem auxiliar em seu desenvolvimento”, explica a profissional. As canções estimulam ainda o vínculo familiar e acalmam a matriarca e a criança.

Sem para no tempo e no espaço

Pessoas que sofrem com doenças neurodegenerativas como o Parkinson e o Alzheimer são auxiliadas pela musicoterapia. “O tratamento utiliza os sons para impulsionar a produção de estímulos cerebrais, que induzem a reabilitação e restauração neurais, podendo retardar a evolução desses problemas. A metodologia também trata do emocional dos familiares do paciente, que sofrem secundariamente com a doença”, exemplifica a especialista.

Fonte: Revista Ofertão (Ed. Dezembro/2017)